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Infecção urinária recorrente: Doutor, eu não aguento mais isso!!!

Infecção urinária recorrente: Doutor, eu não aguento mais isso!!!

As infecções do trato urinário, especialmente as cistites bacterianas, são problemas comuns e bastante recorrentes. Afetam principalmente as mulheres e trazem considerável desconforto, além de comprometerem a qualidade de vida.

Elas afetam principalmente as mulheres, devido à anatomia do trato urinário feminino, que facilita a entrada de bactérias na bexiga. As idades mais comuns de acontecer cistites de repetição em mulheres são entre 20 e 30 anos, quando há maior atividade sexual, e após a menopausa, quando há redução dos níveis de estrogênio e alterações na flora vaginal. Esses fatores aumentam o risco de infecção por bactérias como a Escherichia coli, que é responsável por cerca de 85% dos casos de cistite.

A Definição de Cistite Recorrente

A cistite de repetição, ou cistite recorrente, é definida como a ocorrência de pelo menos dois episódios de infecções urinárias dentro de um período de seis meses ou três episódios de infecção urinária num período de um ano. Trata-se de uma condição bastante comum, representando um alto volume de consultas em nossa clínica.

Fatores Influenciadores das Cistites Bacterianas Recorrentes

Há uma série de fatores que contribuem para a ocorrência dessas cistites recorrentes. Eles podem estar relacionados tanto ao próprio paciente quanto à bactéria causadora da infecção.

Fatores do Paciente

Alguns fatores de risco relacionados à paciente que podem favorecer o desenvolvimento das cistites de repetição são:

– Diabetes mellitus, que altera a imunidade e a glicose na urina.

– Vida sexual ativa, que pode levar à introdução de bactérias na uretra durante o ato sexual.

– Uso de espermicidas, que podem alterar a flora vaginal e facilitar a colonização por bactérias patogênicas.

– Fatores genéticos e história familiar de cistite, que podem indicar uma maior suscetibilidade à infecção.

– Novo parceiro sexual, que pode introduzir novas cepas de bactérias na vagina.

– Presença de sonda vesical, que pode causar trauma e contaminação da bexiga.

– Incontinência urinária, que pode favorecer o acúmulo de urina na vagina alterando a flora microbiana local.

Certos indivíduos possuem predisposição genética a ter infecções urinárias de repetição. Isso ocorre porque algumas bactérias encontram maior facilidade em se aderir ao epitélio do sistema urinário dessas pessoas. Ademais, pacientes que estão realizando tratamentos com quimioterápicos e uso de corticoides também apresentam maior risco de contrair infecções do trato urinário inferior.

Fatores Relacionados à Bactéria

Há diversas bactérias capazes de causar cistite, e algumas possuem cepas com maior virulência, ou seja, são mais agressivas e conseguem escapar das defesas do paciente. Essas bactérias têm uma capacidade de fixação maior na uretra, podendo alcançar a bexiga com mais facilidade. Logo, o tipo de bactéria também influencia a incidência das cistites recorrentes.

Manejo e Prevenção

A boa notícia é que é possível adotar medidas preventivas e de manejo para reduzir a incidência de cistites bacterianas recorrentes.

Manejo Comportamental

A prevenção pode começar com uma mudança de hábitos, como aumentar a ingestão de líquidos. O fluxo unidirecional de urina ajuda a deslocar as bactérias aderidas à uretra. Além disso, é importante realizar uma higiene adequada após as relações sexuais, uma vez que a atividade sexual pode facilitar a entrada de bactérias na uretra.

A cistite de repetição pode ser prevenida com algumas medidas comportamentais, tais como:

– Beber bastante água para aumentar a produção de urina e eliminar as bactérias da bexiga.

– Urinar sempre que sentir vontade e esvaziar completamente a bexiga.

– Urinar logo após as relações sexuais para eliminar as bactérias que possam ter entrado na uretra durante o ato.

– Evitar o uso de espermicidas, diafragmas e tampões vaginais, que podem alterar a flora vaginal e facilitar a colonização por bactérias.

– Higienizar a região íntima com água e sabonete neutro, sem exageros, e sempre da frente para trás, para evitar o contato da uretra com as fezes.

– Usar roupas íntimas de algodão e evitar calças muito justas, que favorecem a umidade e o calor na região genital.

– Consumir alimentos ricos em vitamina C, como frutas cítricas, que podem acidificar a urina e dificultar o crescimento das bactérias.

Higiene do parceiro também é essencial, a fim de diminuir a incidência de cistites. Corrigir a presença de resíduo pós-miccional de urina também é fundamental, ou seja, é recomendado que a paciente urine duas vezes ou até mais após o ato sexual.

Tratamentos Adjuvantes

Além das mudanças de comportamento, há opções de tratamento que podem ajudar na prevenção de infecções. O Cranberry, por exemplo, é uma substância com propriedades antimicrobianas que pode ser encontrada em forma de suco ou tabletes. O uso de pomadas com estrogênio e ingestão de lactobacilos e são outras alternativas para aumentar a imunidade e diminuir o pH da urina.

Algumas terapias incluem o uso de ácido hialurônico e o sulfato de condroitina intravesical, que são aplicados diretamente no interior da bexiga através de uma sonda.

Terapia com Antimicrobianos

Os antibióticos podem ser administrados após as relações sexuais, antes delas ou de maneira contínua num período de três a seis meses. Pacientes bem instruídas podem identificar o início dos sintomas das infecções urinárias e iniciar o uso de antibióticos por um período curto de dois a três dias, sem a necessidade de uma consulta médica. Nessa situação, é importante a coleta do exame de urina antes de iniciar esse antibiótico para que o resultado possa ser avaliado pelo médico, mas principalmente para verificar se o medicamento receitado foi apropriado para o caso.

Conclusão

As infecções urinárias de repetição são uma condição comum, mas que deve ser levada a sério e discutida com o seu médico. Juntos, vocês podem avaliar a melhor estratégia de tratamento para cada episódio, sempre visando a sua saúde e bem-estar.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)

  1. O que é cistite bacteriana recorrente? R: A cistite bacteriana recorrente é definida como a ocorrência de pelo menos dois episódios de infecções urinárias dentro de um período de seis meses ou três episódios num período de um ano.
  2. Quem é mais afetado por cistites recorrentes? R: As cistites bacterianas recorrentes afetam principalmente mulheres devido à anatomia do trato urinário feminino, que facilita a entrada de bactérias na bexiga. As idades mais comuns para acontecerem cistites de repetição em mulheres são entre 20 e 30 anos e após a menopausa.
  3. Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de cistites recorrentes? R: Alguns fatores de risco incluem diabetes mellitus, vida sexual ativa, uso de espermicidas, fatores genéticos e história familiar de cistite, novo parceiro sexual, presença de sonda vesical e incontinência urinária.
  4. Que tipo de bactéria geralmente causa cistite? R: Várias bactérias podem causar cistite, mas a Escherichia coli é responsável por cerca de 85% dos casos.
  5. Quais medidas preventivas podem ser adotadas para evitar cistites recorrentes? R: Alguns dos comportamentos que podem ajudar a prevenir a cistite recorrente incluem beber bastante água, urinar sempre que sentir vontade, evitar o uso de espermicidas e diafragmas, higienizar a região íntima de forma adequada e usar roupas íntimas de algodão. Além disso, consumir alimentos ricos em vitamina C pode ajudar.
  6. Existe algum tratamento adjuvante para evitar cistites recorrentes? R: Sim, além de mudanças comportamentais, existem tratamentos adjuvantes que podem ajudar na prevenção de infecções. Alguns exemplos incluem Cranberry, pomadas com estrogênio, ingestão de lactobacilos, ácido hialurônico e sulfato de condroitina intravesical. Além disso, terapias com antimicrobianos podem ser aplicadas sob orientação médica.

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