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Ferida no pênis / Ferida na vagina: nem sempre é uma DST (Doença Sexualmente Transmissível)

Ferida no pênis / Ferida na vagina: nem sempre é uma DST (Doença Sexualmente Transmissível)

Introdução

Quando falamos sobre úlceras genitais, muitos logo associam a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Contudo, é fundamental entender que nem todas as úlceras na região genital se originam de DSTs. Este artigo visa esclarecer as diversas condições que podem levar ao surgimento destas lesões, mesmo sem relação com atividades sexuais.

Mitos e Verdades

Um mito comum, reforçado por certos profissionais da área médica, sugere que qualquer úlcera que apareça no órgão genital de pessoas sexualmente ativas deve ser considerada uma DST até que se prove o contrário. No entanto, é preciso considerar os pacientes que nunca tiveram atividades sexuais ou que sempre usaram métodos de proteção. Nesses casos, outras causas devem ser investigadas.

Principais Causas de Úlceras Genitais Não Relacionadas a DSTs

Úlcera de Lipschütz

Esta úlcera reativa, comum em crianças e adolescentes, principalmente meninas, é caracterizada por uma lesão dolorosa que não está relacionada à atividade sexual. Estudos indicam que ela pode estar associada a infecções prévias por Epstein-Barr vírus, Citomegalovírus ou outras doenças virais.

Doença de Behçet

Trata-se de uma vasculite que, entre seus sintomas, inclui úlceras tanto na região genital quanto oral. Seu surgimento em homens é comum, principalmente na glande.

Doença de Crohn

Conhecida como uma doença inflamatória intestinal, a Doença de Crohn pode causar úlceras genitais como um de seus sintomas extraintestinais.

O surgimento de úlceras genitais na doença de Crohn pode estar relacionado à inflamação transmural que afeta qualquer parte do trato gastrointestinal, incluindo a região anogenital. A doença de Crohn pode causar fístulas, abscessos e estenoses que comprometem a mucosa genital e anal, levando à formação de úlceras. Essas úlceras podem ser dolorosas, sangrar e se infectar secundariamente. As úlceras genitais na doença de Crohn são mais comuns em mulheres do que em homens e podem estar associadas a outras manifestações extraintestinais, como artrite, uveíte e eritema nodoso.

Pioderma Gangrenoso

Esta condição de pele pode resultar em úlceras profundas e dolorosas na região genital. É importante estar atento, pois ela pode estar associada a outras doenças sistêmicas como lúpus eritematoso, vasculites e até cânceres.

Efeitos de Medicamentos

Alguns medicamentos, como clotrimazol, ampicilina e tetraciclinas, estão associados ao surgimento de úlceras genitais. Mesmo homens que não tomaram o medicamento diretamente, mas tiveram contato íntimo com mulheres que o utilizaram, podem desenvolver úlceras se forem suscetíveis.

Líquens e Pênfigos

Condições que afetam a pele, como líquen plano, líquen escleroso atrófico e pênfigos, também podem causar úlceras genitais.

Algumas doenças inflamatórias da pele também podem causar úlceras genitais, como o líquen plano e o líquen escleroso atrófico. Essas doenças são caracterizadas pelo aparecimento de manchas esbranquiçadas na pele ou nas mucosas, que podem evoluir para lesões erosivas ou atróficas  . O líquen plano pode afetar qualquer parte do corpo, mas é mais comum na boca, no couro cabeludo e nas unhas. O líquen escleroso atrófico é mais frequente na região anal e genital, especialmente em mulheres pós-menopausa.

Outra doença inflamatória que pode provocar úlceras genitais é o pênfigo. O pênfigo é um grupo de doenças autoimunes que afetam a pele e as mucosas, causando bolhas e erosões que podem se romper e formar úlceras. O pênfigo pode se manifestar em diferentes formas, sendo as mais comuns o pênfigo vulgar e o pênfigo foliáceo. O pênfigo vulgar costuma afetar a boca e a garganta, mas também pode se espalhar para outras áreas do corpo, incluindo os órgãos genitais. O pênfigo foliáceo afeta principalmente a pele do rosto, do couro cabeludo e do tronco.

Outras Doenças Infecciosas

Amebíase, leishmaniose e tuberculose são exemplos de doenças infecciosas que, embora não sejam DSTs, podem causar úlceras genitais.

Neoplasias

Doenças pré-malignas da pele, como a Eritroplasia de Queyrat, podem se manifestar como úlceras genitais persistentes.

Automutilações

Embora seja mais comum em pacientes psiquiátricos, a automutilação dos órgãos genitais é uma realidade que deve ser considerada, principalmente quando não há histórico de doenças subjacentes.

Conclusão

É vital que os médicos e pacientes estejam cientes de que nem todas as úlceras genitais são causadas por DSTs. Escutar o paciente e coletar uma história clínica detalhada é crucial para um diagnóstico correto. Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas semelhantes, procure orientação médica.

As úlceras genitais causadas por essas doenças  faladas anteriormente podem ser confundidas com as causadas por infecções sexualmente transmissíveis, por isso é importante procurar um médico para fazer o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado. O diagnóstico é feito com base na história clínica, no exame físico e em exames complementares, como biópsia da pele ou das mucosas afetadas  . O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade das lesões, mas geralmente envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores ou corticoides  .

Algumas palavras técnicas usadas neste texto são:

– Erosiva: que causa erosão, ou seja, perda da camada superficial da pele ou da mucosa;

– Atrófica: que causa atrofia, ou seja, diminuição do tamanho ou da função de um tecido ou órgão;

– Autoimune: que envolve o sistema imunológico atacando os próprios tecidos do corpo;

– Biópsia: procedimento que consiste em retirar uma amostra de tecido para análise microscópica;

– Imunossupressor: medicamento que diminui a atividade do sistema imunológico;

– Corticoide: medicamento que tem ação anti-inflamatória e imunossupressora.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)

 

1. Todas as úlceras genitais são DSTs?

Resposta: Não, nem todas as úlceras genitais se originam de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Existem diversas condições que podem levar ao surgimento destas lesões sem relação com atividades sexuais.

2. Uma pessoa que nunca teve atividades sexuais pode ter uma úlcera genital?

Resposta: Sim, pacientes que nunca tiveram atividades sexuais ou que sempre usaram métodos de proteção podem apresentar úlceras genitais por outras causas que não sejam DSTs.

3. O que é a Úlcera de Lipschütz e em quem é mais comum?

Resposta: A Úlcera de Lipschütz é uma úlcera reativa, frequentemente observada em crianças e adolescentes, principalmente meninas. Ela é caracterizada por uma lesão dolorosa não relacionada à atividade sexual e pode estar associada a infecções prévias por certos vírus.

4. Quais doenças inflamatórias da pele podem causar úlceras genitais?

Resposta: Líquen plano, líquen escleroso atrófico e pênfigos são algumas doenças inflamatórias da pele que podem resultar em úlceras genitais.

5. Alguma medicação pode causar úlceras genitais?

Resposta: Sim, medicamentos como clotrimazol, ampicilina e tetraciclinas podem estar associados ao surgimento de úlceras genitais.

6. Como as úlceras genitais são diagnosticadas?

Resposta: O diagnóstico é feito com base na história clínica, no exame físico e em exames complementares, como biópsia da pele ou das mucosas afetadas.

7. Se eu tiver uma úlcera genital, qual é o procedimento recomendado?

Resposta: Se você apresentar uma úlcera genital, é essencial procurar um médico para obter um diagnóstico correto. As úlceras genitais de diversas origens podem se parecer, então um diagnóstico preciso é crucial para um tratamento eficaz.

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