Manter os Níveis de Testosterona Estáveis Durante a Reposição Hormonal Manter os níveis de testosterona…
Reposição hormonal masculina: quem não deve fazer?
Quem não dever repor testosterona
Introdução à Terapia de Reposição Hormonal
A terapia de reposição hormonal em homens é um tratamento que visa restaurar os níveis normais de testosterona, o principal hormônio masculino, que pode diminuir com a idade ou por outras causas. A testosterona é responsável por diversas funções no organismo, como o desenvolvimento muscular, ósseo, sexual e mental. A falta de testosterona pode provocar sintomas como fadiga, perda de massa muscular, diminuição da libido, disfunção erétil, depressão, osteoporose e anemia. A terapia de reposição hormonal em homens pode ser feita por meio de injeções, adesivos, géis ou comprimidos que contêm testosterona
Esse tipo de reposição com testosterona em homens é um tratamento frequentemente utilizado para combater deficiências hormonais. No entanto, não é apropriado para todos os pacientes. Existem condições específicas onde a administração de testosterona pode ser prejudicial, exacerbando doenças preexistentes ou provocando novos problemas de saúde.
Eritrocitose ou Policitemia: Um Risco Aumentado
Uma das principais contraindicações para a terapia de reposição hormonal é a presença de eritrocitose ou policitemia, que se caracteriza pelo aumento dos glóbulos vermelhos no sangue. A administração de testosterona nesses casos pode levar a um aumento perigoso na viscosidade do sangue, elevando o risco de tromboses venosas, embolismos arteriais, infartos do miocárdio e AVCs isquêmicos.
Esse tratamento pode causar eritrocitose, que é o aumento dos glóbulos vermelhos no sangue. Isso ocorre porque a testosterona estimula a produção de eritropoietina, um hormônio que estimula a medula óssea a produzir mais hemácias. A eritrocitose pode aumentar o risco de trombose, hipertensão e acidente vascular cerebral, por tornar o sangue mais viscoso e dificultar a circulação. O risco de eritrocitose parece estar associado com níveis suprafisiológicos de testosterona livre e estradiol, que ocorrem mais frequentemente com o uso de testosterona injetável ou altas doses de testosterona tópica . Por isso, é importante monitorar o hematócrito (a porcentagem de glóbulos vermelhos no sangue) durante o tratamento e ajustar a dose ou suspender a terapia se o hematócrito ultrapassar 50-55%.
Apneia do Sono: Uma Condição a Ser Monitorada
Homens que sofrem de apneia do sono devem ter cautela antes de iniciar a terapia de reposição hormonal. O tratamento da apneia é essencial antes da administração da testosterona, pois a terapia pode agravar significativamente os sintomas desta condição.
A piora da apneia obstrutiva do sono, uma síndrome caracterizada por episódios repetidos de obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores durante o sono, que levam a reduções ou pausas na respiração. A apneia do sono pode causar sonolência diurna excessiva, ronco, hipertensão arterial, arritmias cardíacas, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.
A testosterona pode agravar a apneia do sono por vários mecanismos, como aumentar o volume das amígdalas e da língua, reduzir o tônus muscular da faringe, alterar o controle ventilatório central e periférico e aumentar o hematócrito (a proporção de glóbulos vermelhos no sangue), que pode levar a uma maior viscosidade sanguínea e menor oxigenação dos tecidos.
Portanto, antes de iniciar a terapia de reposição hormonal com testosterona, é importante avaliar a presença e a gravidade da apneia do sono, por meio de uma anamnese detalhada, um exame físico e uma polissonografia (um exame que monitora as variáveis respiratórias e cardíacas durante o sono). Se a apneia do sono for diagnosticada, ela deve ser tratada adequadamente, com medidas comportamentais (como perder peso, evitar álcool e tabaco e dormir em posição lateral), dispositivos mecânicos (como o CPAP, que mantém uma pressão positiva nas vias aéreas) ou cirurgia (como a uvulopalatofaringoplastia, que remove o excesso de tecido da faringe). A terapia de reposição hormonal com testosterona só deve ser iniciada após a estabilização da apneia do sono e com um acompanhamento rigoroso dos seus efeitos.
Fertilidade e Testosterona
Outra contraindicação importante é em homens que ainda desejam ter filhos. A testosterona exógena pode inibir a produção de espermatozoides devido a um biofeedback negativo da hipófise, afetando a fertilidade masculina.
Esse tipo de terapia pode afetar a fertilidade em homens, pois a testosterona sintética pode inibir a produção natural de hormônios que estimulam os testículos a produzir espermatozoides.
Existem alternativas para aumentar a produção testicular de testosterona sem causar infertilidade, como o uso de medicações que simulam os estímulos da hipófise ou o uso de HCG (gonadotrofina coriônica humana) e também o clomifeno, que também estimulam o testículo a produzir mais testosterona bem como podem aumentar também a produção de espermatozoides. Esses tratamentos são mais indicados para homens mais jovens que desejam preservar a fertilidade.
Ginecomastia: Uma Reação Adversa
Um dos possíveis efeitos colaterais da terapia de reposição hormonal com testosterona é a ginecomastia, que é o aumento das mamas em homens. A ginecomastia pode ocorrer quando há um desequilíbrio entre os hormônios masculinos (testosterona) e femininos (estrogênio) no organismo. O excesso de testosterona pode ser convertido em estrogênio pelos tecidos adiposos, levando ao crescimento das glândulas mamárias. A ginecomastia pode causar desconforto, dor e vergonha nos homens que sofrem com o problema.
A ginecomastia pode ser tratada com medicamentos que bloqueiam a ação do estrogênio nas mamas ou com cirurgia para remover o excesso de tecido mamário. Em alguns casos, a suspensão ou a redução da dose da terapia de reposição hormonal com testosterona pode ser suficiente para reverter a ginecomastia.
O desenvolvimento de ginecomastia, ou aumento das mamas em homens, devido à conversão periférica de testosterona em estradiol, também é uma contraindicação para a terapia. Nesses casos, a reposição hormonal deve ser evitada.
Por isso, é importante que o paciente informe ao seu médico sobre qualquer alteração nas mamas durante o tratamento e siga as orientações recebidas.
Câncer de Mama em Homens
Embora menos comum, o câncer de mama em homens é uma contraindicação clara para a terapia de reposição hormonal. O estradiol, produto da conversão da testosterona, pode estimular as células cancerígenas, piorando um câncer que já estava sob controle.
Por isso, a terapia de reposição hormonal com testosterona é uma contraindicação para homens que têm ou tiveram câncer de mama, pois pode aumentar o risco de recidiva ou metástase da doença. Além disso, a terapia de reposição hormonal com testosterona pode interferir nos exames de diagnóstico e no tratamento do câncer de mama em homens, dificultando a detecção e a resposta à quimioterapia ou à radioterapia. Portanto, é importante que os homens que desejam fazer terapia de reposição hormonal estejam cientes desse risco especialmente se tiverem histórico familiar ou pessoal de câncer de mama.
Câncer de Próstata: Um Alerta Vermelho
Pacientes com histórico de câncer de próstata, mesmo que atualmente controlado, devem evitar a terapia de reposição hormonal. A testosterona pode acelerar o crescimento de células cancerígenas prostáticas, representando um risco significativo à saúde do paciente.
Esse câncer pode ser estimulado pelo hormônio da testosterona, que é produzido pelos testículos e dá ao indivíduo as características sexuais masculinas.
Esse tumor em homens é uma contraindicação para a terapia de reposição hormonal com testosterona, ou seja, um motivo para não fazer esse tratamento. Antes de iniciar a terapia, é necessário fazer exames como a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal para descartar a presença de câncer de próstata ou de fatores de risco para desenvolvê-lo.
Riscos Cardiovasculares e Avaliação Cardiológica
Finalmente, homens com doenças cardíacas ou com alto risco cardiovascular devem passar por uma avaliação cardiológica detalhada antes de considerar a terapia de reposição hormonal. Em casos onde o cardiologista desaconselha a terapia, ela não deve ser realizada devido ao potencial de agravamento de condições cardíacas preexistentes.
Esse tratamento pode ter efeitos adversos sobre o sistema cardiovascular, especialmente em pacientes que já sofrem de doenças cardíacas como a insuficiência cardíaca e a hipertensão arterial. Essas doenças são contraindicações para a terapia de reposição hormonal com testosterona porque podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e morte súbita.
A insuficiência cardíaca é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do organismo. A testosterona pode piorar essa situação ao causar retenção de líquidos, edema, aumento da pressão venosa e sobrecarga do ventrículo esquerdo. Além disso, a testosterona pode estimular a produção de glóbulos vermelhos, o que pode aumentar a viscosidade do sangue e dificultar a circulação. Esses efeitos podem levar a uma descompensação da insuficiência cardíaca e a uma maior mortalidade.
A hipertensão arterial é uma condição em que a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias é elevada. A testosterona pode contribuir para esse quadro ao causar vasoconstrição, aumento da resistência vascular periférica e elevação da pressão arterial. Além disso, a testosterona pode induzir alterações no metabolismo lipídico, aumentando os níveis de colesterol e triglicerídeos, o que pode favorecer a formação de placas de aterosclerose nas artérias. Esses efeitos podem levar a um maior risco de lesão dos órgãos-alvo da hipertensão, como o coração, o cérebro e os rins.
Portanto, é importante que os homens que desejam fazer terapia de reposição hormonal com testosterona sejam avaliados previamente por um médico cardiologista, que irá verificar se há contraindicações para esse tratamento. Caso haja doenças cardíacas não devidamente tratadas, o médico deverá orientar o paciente sobre os riscos e benefícios da terapia e buscar alternativas mais seguras para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Conclusão
É essencial que tanto médicos quanto pacientes estejam cientes das contraindicações da terapia de reposição hormonal com testosterona. Uma avaliação cuidadosa e a consideração das condições de saúde individuais são cruciais antes de iniciar o tratamento, garantindo assim a segurança e o bem-estar do paciente.
FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)
1. O que é a terapia de reposição hormonal com testosterona?
A terapia de reposição hormonal em homens visa restaurar os níveis normais de testosterona, que podem diminuir com a idade ou por outras causas. Essencial para o desenvolvimento muscular, ósseo, sexual e mental, a falta de testosterona pode causar sintomas como fadiga e disfunção erétil.
2. Quem não deve fazer terapia de reposição hormonal?
Homens com certas condições de saúde, como eritrocitose, apneia do sono, desejo de manter a fertilidade, risco de ginecomastia, histórico de câncer de mama ou próstata, e doenças cardíacas significativas, devem evitar a terapia de reposição hormonal.
3. Por que a eritrocitose é uma contraindicação para a terapia de reposição hormonal?
A terapia pode causar um aumento dos glóbulos vermelhos no sangue, o que eleva o risco de trombose e outras complicações cardiovasculares. A testosterona estimula a produção de eritropoietina, aumentando a viscosidade do sangue.
4. Como a apneia do sono afeta a terapia de reposição hormonal?
A testosterona pode agravar a apneia do sono por vários mecanismos, incluindo o aumento do volume das amígdalas e da língua e a redução do tônus muscular da faringe. A terapia só deve ser iniciada após o tratamento adequado da apneia do sono.
5. A terapia de reposição hormonal afeta a fertilidade?
Sim, a testosterona exógena pode inibir a produção de espermatozoides, afetando a fertilidade. Existem alternativas para aumentar a testosterona sem comprometer a fertilidade, como o uso de HCG ou clomifeno.
6. Qual é a relação entre a terapia de reposição hormonal e o câncer de próstata ou mama em homens?
Homens com histórico de câncer de próstata ou mama devem evitar a terapia, pois a testosterona pode estimular o crescimento de células cancerígenas nestes casos.
7. Homens com doenças cardíacas podem fazer a terapia de reposição hormonal?
Homens com doenças cardíacas ou alto risco cardiovascular devem passar por uma avaliação cardiológica detalhada antes de considerar a terapia. Em alguns casos, o tratamento pode ser contraindicado devido ao risco de agravamento das condições cardíacas preexistentes.
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