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MICROLITÍASE TESTICULAR: pode se transformar em um CÂNCER DE TESTÍCULO?

MICROLITÍASE TESTICULAR: pode se transformar em um CÂNCER DE TESTÍCULO?

Introdução

Neste artigo, abordaremos um assunto que tem se tornado cada vez mais presente em consultórios urológicos: as microlitíases testiculares.

Este termo, um pouco coMplexo, descreve a presença de pequenas calcificações dentro do testículo, identificadas com maior precisão através do exame de ultrassom. Estas calcificações, com dimensões de aproximadamente três a quatro milímetros, costumam se formar nos túbulos seminíferos, local responsável pela produção dos espermatozoides.

A microlitíase testicular é uma condição rara que se caracteriza pela formação de pequenos depósitos de cálcio nos testículos. Esses depósitos podem ser detectados por meio de um ultrassom testicular . A causa da microlitíase testicular é desconhecida, assim como a sua relação com o câncer de testículo.

Pode estar relacionada com fatores genéticos ou ambientais que causam algum tipo de agressão ao testículo. A microlitíase testicular não causa sintomas, mas pode estar associada com um maior risco de desenvolver tumores testiculares .

Aumento da Prevalência de Microlitíases Testiculares

Com o aumento da disponibilidade de exames de ultrassom para avaliação de possíveis patologias do testículo, temos notado um crescimento expressivo na incidência de microlitíases testiculares. Estima-se que a prevalência dessa condição em homens sintomáticos, que buscam a avaliação do testículo seja por dor ou infertilidade, pode variar de 0,6% a 18,1% dos casos. Em homens assintomáticos que participam voluntariamente de estudos de prevalência, essa taxa pode variar de 2,4% a 5,6%. Contudo, de modo geral, a incidência de microlitíase testicular na população masculina global é de aproximadamente 2,7% a 3%.

É importante salientar que certas síndromes, como a Síndrome de Down, apresentam uma incidência maior de microlitíases testiculares.

Microlitíases Testiculares e o Câncer de Testículo

O ponto crucial a ser discutido neste artigo é a possível relação entre a microlitíase testicular e o câncer de testículo. Até meados da década de 90, acreditava-se que essas duas condições não tinham relação. No entanto, pesquisas mais recentes começaram a indicar uma possível ligação entre as microlitíases e o surgimento do câncer de testículo.

Embora nem todos os estudos estejam em total acordo sobre essa correlação, alguns apontam que a incidência de câncer de testículo em pacientes com microlitíases pode chegar a 13% a 26% dos casos.

Alguns estudos sugerem que há uma pequena associação entre a microlitíase testicular e o câncer de testículo , mas não há evidências de que a microlitíase testicular seja um fator predisponente para o desenvolvimento do câncer. O câncer de testículo é um tipo raro de tumor que afeta principalmente homens entre 20 e 34 anos de idade e que se origina das células germinativas primordiais. Os sintomas mais comuns do câncer de testículo são a presença de nódulos duros e indolores no testículo, o aumento do tamanho ou do peso do testículo, a dor no testículo ao apalpá-lo ou após o contato íntimo e o aumento das mamas ou sensibilidade na região.

O diagnóstico do câncer de testículo é feito por meio de ultrassom, exames de sangue específicos, tomografia e a confirmação do diagnóstico através da análise da biópsia do testículo. O tratamento do câncer de testículo depende do tipo e do estágio do tumor, mas geralmente envolve a remoção cirúrgica do testículo afetado (orquiectomia) e, em alguns casos, a retirada dos linfonodos, a radioterapia, a quimioterapia ou uma combinação dessas modalidades.

A Importância do Monitoramento

Na prática clínica, diante das incertezas, optamos pela precaução. Portanto, pacientes com microlitíases testiculares precisam ser acompanhados cuidadosamente para verificar a possibilidade de surgimento de câncer de testículo. O monitoramento é realizado através de exames físicos para detectar possíveis nódulos, dosagem de marcadores tumorais e, sobretudo, ultrassons periódicos dos testículos, realizados em intervalos de seis meses a um ano, dependendo do caso.

O ultrassom testicular é um exame que utiliza ondas sonoras para produzir imagens dos testículos e das estruturas ao redor. Esse exame pode ajudar a detectar microlitíases testiculares e o câncer de testículo, que são condições que podem afetar a saúde e a fertilidade masculina.

Esse exame pode identificar alterações na forma, tamanho, consistência e vascularização dos testículos, que podem indicar a presença de microlitíase ou câncer. O ultrassom também pode avaliar as estruturas adjacentes aos testículos, como o epidídimo, o cordão espermático e a bolsa escrotal, que podem estar envolvidas em algumas doenças.

É  um exame simples, rápido e indolor, que não utiliza radiação ionizante. O paciente deve ficar deitado de costas, com as pernas abertas e uma toalha cobrindo a parte superior das coxas. O médico aplica um gel sobre os testículos e desliza um transdutor sobre eles, emitindo e captando as ondas sonoras que formam as imagens no monitor .

Sua importância reside no diagnóstico precoce e o acompanhamento de microlitíase e câncer de testículo. Os homens que apresentam essas condições devem realizar esse exames periodicamente.

Riscos Aumentados e a Importância do Auto-Exame

Casos com risco aumentado de câncer de testículo, como homens com histórico de criptorquidia (testículo não descido na infância que exigiu correção cirúrgica) ou histórico familiar de câncer de testículo, devem receber um acompanhamento ainda mais detalhado.

Nesse contexto, ressalta-se também a importância do autoexame dos testículos. Assim como as mulheres são incentivadas a realizar o autoexame das mamas, os homens podem e devem fazer o mesmo com seus testículos, buscando identificar qualquer anormalidade ou nódulo que possa surgir entre os exames regulares.

Conclusão

Se você, leitor, tem microlitíases testiculares, aconselho que procure seu urologista para um acompanhamento cuidadoso e individualizado. Por precaução, é sempre melhor optar pelo excesso de cautela e realizar um monitoramento minucioso, possibilitando a detecção precoce de um possível câncer de testículo. Lembre-se: a detecção precoce pode ser crucial para um prognóstico mais favorável em casos de doença oncológica.

A microlitíase testicular não tem cura nem tratamento específico, mas recomenda-se que os homens com essa condição façam um acompanhamento anual com um urologista para realizar exames físicos e ultrassonográficos dos testículos, a fim de monitorar possíveis alterações . Além disso, é importante que os homens façam o autoexame dos testículos regularmente, especialmente se tiverem histórico familiar de câncer de testículo, pois assim podem identificar precocemente qualquer anormalidade e procurar ajuda médica.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)

Pergunta 1: O que são microlitíases testiculares?

Resposta: Microlitíases testiculares são pequenas calcificações que se formam nos testículos, especificamente nos túbulos seminíferos, que são responsáveis pela produção de espermatozoides. Essas calcificações podem ser identificadas com maior precisão através do exame de ultrassom.

Pergunta 2: Quais são os sintomas das microlitíases testiculares?

Resposta: A microlitíase testicular, por si só, não causa sintomas. Ela é geralmente identificada durante exames de ultrassom realizados por outros motivos, como dor testicular ou infertilidade.

Pergunta 3: Qual é a relação entre microlitíases testiculares e câncer de testículo?

Resposta: Algumas pesquisas recentes indicam uma possível ligação entre as microlitíases testiculares e o câncer de testículo, embora nem todos os estudos estejam em total acordo sobre essa correlação. Alguns apontam que a incidência de câncer de testículo em pacientes com microlitíases pode chegar a 13% a 26% dos casos.

Pergunta 4: Como é feito o monitoramento de pacientes com microlitíases testiculares?

Resposta: Pacientes com microlitíases testiculares precisam ser acompanhados cuidadosamente para verificar a possibilidade de surgimento de câncer de testículo. O monitoramento é realizado através de exames físicos para detectar possíveis nódulos, dosagem de marcadores tumorais e ultrassons periódicos dos testículos, realizados em intervalos de seis meses a um ano, dependendo do caso.

Pergunta 5: Como é realizado o autoexame dos testículos?

Resposta: Os homens podem e devem fazer o autoexame dos testículos, buscando identificar qualquer anormalidade ou nódulo que possa surgir entre os exames regulares. Esse exame consiste na apalpação dos testículos, verificando se há alterações no tamanho, forma ou consistência.

Pergunta 6: A microlitíase testicular tem cura ou tratamento?

Resposta: Até o momento, não existe uma cura ou um tratamento específico para a microlitíase testicular. No entanto, é importante que os homens com essa condição façam um acompanhamento anual com um urologista, realizando exames físicos e ultrassonográficos dos testículos para monitorar possíveis alterações.

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