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HIDRONEFROSE PÓS NATAL: meu bebê nasceu com o rim inchado!!! O que faço agora?

Hidronefrose pós natal

Vamos abordar a condição de dilatação renal, conhecida como hidronefrose pós-natal, que persiste após o nascimento de uma criança.

Hidronefrose pós-natal é uma condição em que o rim de um recém-nascido fica dilatado devido ao acúmulo de urina. A fim de evitar procedimentos desnecessários e exposição à radiação ionizante (raios X), é importante estabelecer critérios para exames adicionais.

Graus de Hidronefrose

Existe uma classificação estabelecida pela Sociedade de Urologia Fetal (SFU) que gradua a hidronefrose em diferentes graus. No grau zero, não há dilatação renal; no grau 1, a dilatação está confinada à pélvis renal (início do ureter). Já o grau 2 indica dilatação dos cálices menores do rim, enquanto o grau 3 sugere dilatação tanto dos cálices menores quanto dos maiores. O grau 4, o mais sério, envolve a dilatação dos cálices menores e maiores, acompanhada de um afinamento cortical, que é o afinamento da camada exterior do rim, indicando um maior comprometimento renal.

 

O que dever ser feito?

Após o nascimento de uma criança já diagnosticada com dilatação bilateral dos rins pode existir uma obstrução na saída do xixi da bexiga – comumente causada por uma válvula de uretra posterior – um procedimento chamado uretrocistografia miccional deve ser realizado. Esse procedimento envolve a injeção de um contraste através da uretra do paciente até a bexiga para verificar se esse contraste ascende aos rins. É feito um cateterismo nessa criança para preservar a função renal, além de um ultrassom.

Se, antes das 48 horas de vida, a criança apresentar uma dilatação de grau dois com fatores de risco (ser do sexo feminino, ser menino não circuncisado ou ter uma dilatação ao longo do ureter), também se indica a realização da uretrocistografia miccional.

Após isso, é recomendável aguardar um mês para realizar um novo ultrassom. Se a dilatação desaparecer, um ultrassom adicional é feito após seis semanas e, se a dilatação ainda estiver ausente, são dadas orientações aos pais e não são necessários mais ultrassons em série.

Para dilatação de grau 1, ultrassons são feitos trimestralmente ou semestralmente. No caso de dilatação de grau 2, o mesmo protocolo é seguido. Se a dilatação for de grau 3 ou 4, é considerada a possibilidade de realizar uma cintilografia renal, um procedimento que envolve a injeção de um contraste radioativo na veia da criança para medir a filtração deste contraste e identificar possíveis obstruções.

A necessidade de cirurgia para correção de condições como estenose congênita da JUP (junção uretero-pélvica) ou refluxo vesicoureteral (as causas mais comuns de hidronefrose pós-natal) dependerá do grau de danos renais à medida que a criança se desenvolve.

Em geral, os casos de grau I e II são acompanhados com exames periódicos de imagem e função renal, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Já os casos de grau III e IV podem requerer uma correção cirúrgica da obstrução ou malformação que está causando a hidronefrose, para evitar danos irreversíveis ao rim afetado.

Em relação à profilaxia com antibióticos, é aconselhável para crianças com grau dois ou mais de dilatação renal, meninas e meninos não circuncisados. Este tratamento pode ser mantido até o primeiro ano de vida e ajuda a prevenir infecções renais.

O papel do uso de antibióticos para evitar infecções urinárias (antibioticoprofilaxia)

A antibioticoprofilaxia é uma medida preventiva que visa reduzir o risco de infecções do trato urinário em pacientes com hidronefrose pós natal, uma condição que causa dilatação do rim e do ureter devido a um obstáculo no fluxo da urina. A antibioticoprofilaxia consiste na administração de um antibiótico de baixa dose por via oral, geralmente por um período de 6 a 12 meses, ou até que a hidronefrose seja resolvida ou corrigida cirurgicamente. O objetivo da antibioticoprofilaxia é evitar que as bactérias que colonizam a bexiga ascendam pelo ureter e causem pielonefrite, uma infecção grave que pode levar a danos renais permanentes ou sepse. A antibioticoprofilaxia é recomendada para pacientes com hidronefrose pós natal de grau moderado a grave, ou seja, com dilatação dos cálices renais ou com dilatação ureteral associada. A escolha do antibiótico deve levar em conta o perfil de sensibilidade das bactérias mais comuns causadoras de infecções do trato urinário na população pediátrica, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis. Os antibióticos mais utilizados são a nitrofurantoína, a cefuroxima  e amoxicilina com ácido clavulânico. A antibioticoprofilaxia deve ser acompanhada de um seguimento clínico e radiológico regular, para avaliar a evolução da hidronefrose e a ocorrência de possíveis efeitos adversos do antibiótico, como alergia, diarreia, candidíase ou resistência bacteriana.

Conclusão

o manejo da hidronefrose pós-natal, uma condição que envolve a dilatação renal após o nascimento, depende de uma série de fatores, incluindo o grau de dilatação e os riscos associados. Uma abordagem cuidadosa e criteriosa é crucial para evitar intervenções desnecessárias e a exposição à radiação ionizante. O seguimento regular, através de ultrassons e, em alguns casos, de cintilografia renal, permite monitorar a condição e intervir quando necessário, seja através de cateterismo ou cirurgia. Adicionalmente, a profilaxia com antibióticos é uma estratégia efetiva para prevenir infecções renais, especialmente em crianças com grau dois ou mais de dilatação renal. No entanto, cada caso é único e deve ser avaliado individualmente, levando-se em conta todas as particularidades da criança e da sua condição. A comunicação aberta entre médicos e pais é fundamental para garantir a melhor abordagem ao cuidado do recém-nascido, visando sempre a preservação da função renal e o bem-estar geral da criança.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)


1- O que é hidronefrose pós-natal?

R: A hidronefrose pós-natal é uma condição em que o rim de um recém-nascido fica dilatado devido ao acúmulo de urina, geralmente causado por uma obstrução no sistema urinário.

2- Como a hidronefrose é classificada?

R: A Sociedade de Urologia Fetal (SFU) estabeleceu uma classificação que gradua a hidronefrose em diferentes graus, do zero ao quatro, variando de nenhuma dilatação renal (grau zero) até a dilatação dos cálices menores e maiores com afinamento cortical (grau quatro), que indica um maior comprometimento renal.

3- Quais são os procedimentos para diagnosticar e acompanhar a hidronefrose pós-natal?

R: Inicialmente, uma uretrocistografia miccional pode ser realizada, onde um contraste é injetado através da uretra do paciente até a bexiga para verificar se o contraste ascende aos rins. Ultrassons regulares também são usados para monitorar a condição. Para dilatações de grau 3 ou 4, uma cintilografia renal pode ser considerada.

4- Quando a cirurgia é necessária para tratar a hidronefrose pós-natal?

R: A necessidade de cirurgia depende do grau de danos renais. Casos de grau I e II são geralmente acompanhados com exames periódicos de imagem e função renal, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Já os casos de grau III e IV podem requerer uma correção cirúrgica da obstrução ou malformação que está causando a hidronefrose, para evitar danos irreversíveis ao rim afetado.

5- O que é a profilaxia com antibióticos e quando ela é recomendada?

R: A profilaxia com antibióticos, ou antibioticoprofilaxia, é uma medida preventiva que visa reduzir o risco de infecções do trato urinário em pacientes com hidronefrose pós-natal. Ela consiste na administração de um antibiótico de baixa dose por via oral, geralmente por um período de 6 a 12 meses.

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This Post Has 2 Comments

  1. Meu bebê de um mês foi diagnosticado com hidromefrose grau 3 atualmente está tomando cefalexina , não achamos médico na área onde moramos, cefalexina vai evitar à infeção urina ?

    1. É para isso que ela funciona para prevença da infecção. Entretanto a senhor precisa fazer o acompanhamento com outros ultrassons para ver se essa hidronefrose está diminuindo ou está aumentando.
      Grande abraço e fique com Deus.

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