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Disfunção Erétil no Idoso: Uma Questão de Idade ou Doença?

Introdução

A disfunção erétil é uma condição comum entre homens mais velhos, afetando cerca de 60-70% deles a partir da sétima ou oitava década de vida. Essa condição traz muitas perguntas: É simplesmente o peso da idade, ou certas doenças têm um impacto significativo? Vamos explorar isso mais a fundo.

A Influência da Idade na Disfunção Erétil

Mudanças Corporais

Conforme os homens envelhecem, é natural que ocorram mudanças no corpo. As fibras musculares lisas são substituídas por tecidos mais endurecidos, e a chegada de sangue ao pênis fica prejudicada. O pênis já não responde da mesma maneira que antes, e as ereções tornam-se mais difíceis de serem mantidas.

A Resposta do Óxido Nítrico

A vasodilatação, estimulada pelo óxido nítrico, que permite que mais sangue chegue ao pênis, diminui com a idade. Essa resposta reduzida é outra razão pela qual alguns homens podem atribuir o problema simplesmente à idade.

Doenças Associadas à Disfunção Erétil

Doenças Cardiovasculares

Homens mais velhos estão mais suscetíveis a doenças que afetam os vasos sanguíneos e o coração. A presença de placas de gordura e o entupimento dos vasos que levam sangue ao pênis podem ser agravados por um aumento nos níveis de colesterol e triglicerídeos, sedentarismo, aumento de peso e perda da massa muscular.

Diabetes e Hormônios

O risco de desenvolver diabetes aumenta com a idade, e isso pode afetar negativamente a qualidade das ereções. Além disso, a diminuição gradativa dos níveis de testosterona, a partir da quinta ou sexta década de vida, é significativa e pode impactar a vida sexual.

Medicamentos e Seus Efeitos

Muitos remédios utilizados por homens mais velhos podem afetar a qualidade das ereções.

Somente para citar alguns exemplos:

– Antidepressivos: alguns antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), podem reduzir o desejo sexual e dificultar a ereção. Isso ocorre porque a serotonina é um neurotransmissor que regula o humor, mas também interfere na função sexual. Alguns exemplos de ISRS são fluoxetina, paroxetina, sertralina e citalopram.

– Anti-hipertensivos: alguns anti-hipertensivos, como os betabloqueadores, podem diminuir o fluxo sanguíneo para o pênis e causar disfunção erétil. Isso ocorre porque os betabloqueadores reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial, o que pode afetar a ereção. Alguns exemplos de betabloqueadores são atenolol, metoprolol, propranolol e bisoprolol.

– Diuréticos: alguns diuréticos, como a hidroclorotiazida, podem causar disfunção erétil por reduzir os níveis de zinco no organismo. O zinco é um mineral essencial para a produção de testosterona, o hormônio masculino responsável pela libido e pela ereção. Além disso, os diuréticos podem causar desidratação e hipotensão, que também podem prejudicar a função sexual.

– Anti-histamínicos: alguns anti-histamínicos, como a difenidramina e a clorfeniramina, podem causar disfunção erétil por bloquear os receptores de histamina no cérebro. A histamina é uma substância que participa da resposta alérgica, mas também tem um papel na excitação sexual. Ao bloquear os receptores de histamina, os anti-histamínicos podem reduzir o desejo sexual e a sensibilidade peniana.

– Antiandrogênicos: alguns antiandrogênicos, como a finasterida e a dutasterida, podem causar disfunção erétil por inibir a enzima 5-alfa-redutase, que converte a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT). A DHT é um hormônio mais potente que a testosterona e tem um papel importante na manutenção da saúde prostática e da função sexual. Ao inibir a produção de DHT, os antiandrogênicos podem reduzir a libido e a qualidade da ereção.

Outros Problemas de Saúde

O crescimento da próstata, insuficiência renal, problemas no fígado e doenças pulmonares obstrutivas crônicas também interferem na qualidade das ereções. Todos esses fatores demonstram que as doenças têm um peso significativo na disfunção sexual.

Tratamento e Prevenção

Uso de medicamentos

O tratamento da disfunção erétil no paciente idoso pode ser feito através do uso de medicamentos que atuam promovendo o relaxamento da musculatura lisa do corpo cavernoso, facilitando o fluxo sanguíneo para o pênis e permitindo a obtenção e a manutenção de uma ereção satisfatória para a relação sexual. Esses medicamentos são chamados de **inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF5)** e incluem o sildenafil, o tadalafil, o vardenafil e o lodenafil  . Eles devem ser tomados por via oral, de preferência em jejum, cerca de 30 a 60 minutos antes da atividade sexual planejada . A dose inicial varia de acordo com o tipo de medicamento e a resposta individual de cada paciente, podendo ser ajustada pelo médico conforme a necessidade e a tolerância . Os iF5 são contraindicados para pacientes que usam nitratos ou que têm hipersensibilidade aos componentes da fórmula . Os principais efeitos colaterais são dor de cabeça, rubor facial, congestão nasal, dispepsia, alterações visuais e dor nas costas . Os iF5 são eficazes em cerca de 70% dos casos de disfunção erétil de origem orgânica, especialmente vascular . Eles também podem melhorar a função endotelial, que é a capacidade das artérias se dilatarem quando necessário para aumentar o fluxo sanguíneo. A disfunção endotelial é uma das causas da disfunção erétil e está relacionada com fatores de risco como tabagismo, diabetes e baixos níveis de testosterona.

Conversa com o Médico

Uma conversa franca com o médico pode levar a alternativas de tratamento, como medicamentos específicos, controle de doenças crônicas e até mesmo a substituição de certos medicamentos que podem estar interferindo na vida sexual.

Estilo de Vida Saudável

A prática regular de atividades físicas, manutenção do peso, evitar o consumo excessivo de álcool e tabagismo são essenciais para prevenir problemas crônicos de saúde que afetam a qualidade das ereções.

Conclusão

A disfunção erétil no idoso não é apenas uma questão de idade. As doenças têm um papel preponderante, e uma abordagem proativa pode levar a uma vida sexual plena e satisfatória, mesmo na velhice. A conversa aberta com profissionais de saúde, o tratamento adequado e um estilo de vida saudável são a chave para uma velhice feliz e saudável.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)

1. A disfunção erétil é simplesmente uma questão de idade ou está relacionada a doenças específicas?

Resposta: A disfunção erétil no idoso não é apenas uma questão de idade. Embora as mudanças corporais naturais e a diminuição da resposta ao óxido nítrico afetem a ereção, diversas doenças, como problemas cardiovasculares, diabetes e o uso de certos medicamentos, têm um impacto significativo na disfunção sexual.

2. Quais são os principais medicamentos que podem causar disfunção erétil em homens mais velhos?

Resposta: Alguns medicamentos que podem causar disfunção erétil incluem antidepressivos como fluoxetina e sertralina, anti-hipertensivos como betabloqueadores, diuréticos como hidroclorotiazida, anti-histamínicos como difenidramina, e antiandrogênicos como finasterida e dutasterida.

3. Como os medicamentos utilizados para tratar a disfunção erétil, como os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF5), funcionam?

Resposta: Os iF5 atuam promovendo o relaxamento da musculatura lisa do corpo cavernoso, facilitando o fluxo sanguíneo para o pênis. Isso permite a obtenção e manutenção de uma ereção satisfatória para a relação sexual. São exemplos desses medicamentos o sildenafil, tadalafil, vardenafil e lodenafil.

4. A disfunção erétil está associada apenas a doenças cardíacas e diabetes?

Resposta: Não, a disfunção erétil está associada a uma variedade de condições médicas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, insuficiência renal, problemas no fígado e doenças pulmonares obstrutivas crônicas. A complexidade das causas demonstra a importância de um tratamento individualizado.

5. Quais medidas preventivas podem ser tomadas para evitar a disfunção erétil na velhice?

Resposta: A prática regular de atividades físicas, a manutenção de um peso saudável, a abstenção do consumo excessivo de álcool e tabagismo são essenciais para prevenir problemas de saúde crônicos que afetam a qualidade das ereções. O controle de doenças crônicas através de conversas com o médico também é crucial.

6. Os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF5) são eficazes em todos os casos de disfunção erétil?

Resposta: Os iF5 são eficazes em cerca de 70% dos casos de disfunção erétil de origem orgânica, especialmente vascular. A eficácia pode variar de acordo com a causa subjacente e outros fatores de risco, como tabagismo, diabetes e baixos níveis de testosterona. Uma avaliação médica é essencial para determinar o tratamento mais adequado.

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