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Hipospádia: quando o buraquinho do xixi não sai no lugar certo.

Introdução à Hipospádia

A hipospádia é uma condição médica pouco discutida, mas importante, que afeta meninos ainda no útero materno. Essa anomalia, que ocorre durante a fase embrionária, envolve uma formação atípica da uretra, o canal por onde é expelida a urina. Neste artigo, vamos desmistificar a hipospádia, abordando suas causas, tipos, incidência e tratamentos disponíveis.

Esse alteração pode causar dificuldades para urinar, infecções urinárias, problemas sexuais e baixa autoestima. O tratamento da hipospádia é cirúrgico e deve ser realizado preferencialmente na infância, entre os 6 e 18 meses de idade. A cirurgia visa corrigir a posição da uretra, alinhar o pênis e melhorar a sua aparência estética e funcional.

O Que é Hipospádia?

A hipospádia caracteriza-se pelo fechamento incompleto da uretra. Normalmente, a abertura da uretra se localiza na ponta do pênis, mas em casos de hipospádia, essa abertura pode estar situada em qualquer parte da uretra. Além disso, a condição pode ser acompanhada de uma curvatura ventral do pênis e um excesso de pele na região dorsal, conhecido como Chordee.

Causas e Fatores de Risco

As causas da hipospádia são multifatoriais, incluindo aspectos endócrinos, genéticos e ambientais. Fatores genéticos são consideráveis, pois filhos de pais que tiveram hipospádia possuem maior probabilidade de desenvolver a condição. Adicionalmente, a exposição ambiental a antiestrogênicos, como pesticidas e certos plásticos, tem sido associada ao aumento do risco de hipospádia.

Desenvolvimento da Genitália e Hipospádia

Fases de Formação da Genitália

O desenvolvimento da genitália masculina inicia-se por volta da oitava semana de gestação e é dividido em duas fases: uma independente e outra dependente da produção de androgênios, como a testosterona. A hipospádia pode ocorrer se houver interrupções em qualquer dessas fases.

Incidência e Variações Geográficas

A incidência de hipospádia varia globalmente. Na América do Sul, por exemplo, a incidência é de aproximadamente 11,3 casos a cada 10 mil nascidos vivos, representando cerca de 0,1% dos nascimentos.

Classificação e Tipos de Hipospádia

Divisão Anatômica

A hipospádia é classificada com base na localização da abertura uretral. O pênis é dividido em três partes para essa classificação: a porção distal (incluindo a cabeça e um pouco abaixo), a porção média (toda a haste do pênis) e a porção proximal (abrangendo o períneo e a bolsa escrotal).

Tipos Comuns e Suas Características

  • Hipospádia Distal: É o tipo mais comum, correspondendo a 60-70% dos casos. Aqui, a abertura uretral situa-se perto da ponta do pênis.
  • Hipospádia Mediana: Ocorre ao longo da haste do pênis.
  • Hipospádia Proximal: Afeta o saco escrotal ou o períneo, sendo mais complexa e desafiadora para correção.

 

Complicações Associadas e Diagnóstico

Complicações Comuns

A hipospádia pode estar associada a outras malformações, como o criptorquidismo (não descida dos testículos) e hérnias inguinais. Em hipospádias proximais, exames de imagem são necessários para investigar malformações renais adicionais.

Associação com Síndromes Específicas

Casos de hipospádia podem estar ligados a síndromes como WAGR, que inclui Tumor de Wilms, aniridia (ausência da íris), malformações renais ou geniturinárias e retardo mental em alguns casos.

Tratamento Cirúrgico da Hipospádia

Objetivos e Procedimentos

A cirurgia de correção da hipospádia é um procedimento cirúrgico que visa corrigir uma anomalia congênita do pênis, na qual a abertura da uretra se localiza na face inferior do órgão, em vez de na ponta. Os objetivos da cirurgia são restaurar a função urinária e sexual normal, bem como a aparência estética do pênis. Os procedimentos que são realizados na cirurgia dependem do tipo e da gravidade da hipospádia, mas geralmente envolvem a reconstrução da uretra, do meato (abertura uretral) e da glande (cabeça do pênis), usando tecidos do próprio paciente ou de doadores. A cirurgia é realizada sob anestesia geral e pode durar de uma a quatro horas. O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte, mas deve seguir algumas recomendações pós-operatórias, como evitar atividades físicas intensas, usar antibióticos e analgésicos, e manter o curativo e o cateter uretral até a cicatrização completa.

O procedimento cirúrgico busca corrigir a posição da abertura uretral e a curvatura peniana. Normalmente, é realizado por cirurgiões pediátricos experientes.

Desafios e Reintervenções

Embora a maioria das hipospádias distais possa ser corrigida em um único procedimento cirúrgico, as hipospádias proximais podem requerer múltiplas cirurgias. A recorrência da condição e a formação de fístulas urinárias são possíveis complicações.

As reintervenções para cirurgia de correção de hipospádia são tão frequentes porque nem sempre os resultados são satisfatórios à primeira tentativa. De fato, as complicações pós-operatórias, como fístulas, estenoses, infecções ou deformidades, podem ocorrer em até 30% dos casos, exigindo cirurgias adicionais para resolver os problemas. Por isso, é importante que os pais sejam informados sobre os riscos e benefícios da cirurgia de correção de hipospádia e que escolham um cirurgião experiente e qualificado para realizar o procedimento.

Conclusão

A hipospádia é uma condição tratável que, apesar de seus desafios, permite que a maioria das crianças afetadas tenha uma vida sexual e reprodutiva normal e satisfatória. A conscientização e a compreensão desta condição são fundamentais para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

FAQ (Perguntas e Respostas Frequentes)

  1. O que é hipospádia?

Resposta: A hipospádia é uma anomalia congênita do pênis, onde a abertura da uretra não se localiza na ponta do órgão, mas sim em qualquer outra parte da uretra. Pode ser acompanhada de uma curvatura ventral do pênis e excesso de pele na região dorsal, conhecido como Chordee.

  1. Quais são as causas da hipospádia?

Resposta: As causas da hipospádia são variadas, incluindo fatores endócrinos, genéticos e ambientais. A condição é mais provável em filhos de pais que tiveram hipospádia. Além disso, a exposição a antiestrogênicos, como pesticidas e certos plásticos, pode aumentar o risco.

  1. Como a hipospádia é classificada?

Resposta: A hipospádia é classificada com base na localização da abertura uretral:

  • Hipospádia Distal: A abertura situa-se perto da ponta do pênis.
  • Hipospádia Mediana: Ocorre ao longo da haste do pênis.
  • Hipospádia Proximal: Afeta o saco escrotal ou o períneo, sendo mais complexa para correção.
  1. Quais complicações podem estar associadas à hipospádia?

Resposta: A hipospádia pode estar associada a outras malformações como o criptorquidismo e hérnias inguinais. Em casos mais graves, pode estar ligada a síndromes como WAGR, que inclui malformações renais e geniturinárias, e em alguns casos, retardo mental.

  1. Como é o tratamento cirúrgico para hipospádia?

Resposta: O tratamento cirúrgico visa corrigir a posição da uretra e a aparência do pênis. Dependendo da gravidade, envolve a reconstrução da uretra, do meato e da glande, usando tecidos do próprio paciente ou de doadores. A cirurgia é realizada sob anestesia geral, podendo durar até quatro horas.

  1. Por que podem ser necessárias reintervenções cirúrgicas?

Resposta: Embora a maioria das hipospádias distais possa ser corrigida em um único procedimento, as mais complexas, como as proximais, podem requerer múltiplas cirurgias. Complicações pós-operatórias como fístulas, estenoses, infecções ou deformidades podem ocorrer, exigindo cirurgias adicionais para resolver os problemas. É crucial escolher um cirurgião experiente para minimizar os riscos.

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